História
As primeiras
explorações em suas terras são feitas por volta de 1670 pelos portugueses, holandeses,
espanhóis e ingleses que tinham o interesse de capturar os índios, que viviam
no território, e escravizá-los.
Inicia-se uma série de batalhas pela posse da terra e só em 1718, os portugueses
derrotam e expulsam todos os invasores e estabelecem a soberania sobre a região.
Durante o século XVIII vários grupos portugueses capturaram e dizimaram selvagens
e recolheram drogas do sertão.
A partir de 1725, missionários fazem diversas visitas ao território tentando,
sem sucesso, conquistar a confiança dos índios Manaos que estavam fazendo contato
com o Suriname. Esse contato chegou ao seu clímax quando em 1741, os holandeses
atingem o Rio Branco e o Rio Negro e intensificam sua aproximação através dos
Rios Tacutu e Jauaperi. Os portugueses se assustam com isso e constroem um posto
fortificado para efetivar sua soberania.
Entre 1771 e 1773, os espanhóis invadem o território português, vindo do Orenoco,
estabelecendo-se no Rio Uraricoera, onde fundam os núcleos populacionais de:
Santa Rosa, São João Batista e Santa Bárbara. Por esta ocasião, o Governo Brasileiro
não tinha controle sobre as terras do Vale do Rio Branco.
Em 1775 os portugueses constroem o Forte São Joaquim na confluência dos Rios
Uraricoiera e Tacutu, localização onde se poderia controlar a entrada em direção
à Venezuela e à então Guiana Inglesa e passam a ter o domínio da região. Criam
povoados reunindo os índios do local, entre os quais a Nossa Senhora da Conceição
e Santo Antônio (no Rio Uraricoera), São Felipe (no Rio Tacutu) e Nossa Senhora
do Carmo (futura Boa Vista) e Santa Bárbara (no Rio Branco). Os índios não aceitam
as condições impostas pelos portugueses e em 1781 os abandonam.
Em 1784, há nova tentativa de colonização por aldeamento, com a fundação de
4 novas aldeias, causando uma grande revolta denominada como Revolta da Praia
de Sangue.
A Coroa Portuguesa, então, abandona a idéia de aldeamento e decide efetivar
a colonização do Rio Branco, com a introdução do gado bovino e eqüino.
Em 1789, a primeira fazenda foi montada no Rio Uraricoera com o nome de Fazenda
São Bento, depois cria-se a Fazenda São José, no Tacutu e posteriormente a Fazenda
São Marcos (1799). Esta ainda hoje existe, pertence aos índios e está localizada
em frente ao local onde existia o Forte São Joaquim.
Os fazendeiros passaram a usar a mão-de-obra indígena em suas fazendas mas descuidavam
dos pagamentos de seus trabalhos gerando revolta. Os conflitos se tornam freqüentes
nessa época.
Em 1890, funda-se o Município de Boa Vista do Rio Branco, pertencente à Província
de São José do Rio Negro, hoje o Amazonas, porém a região não se desenvolve,
culminando com a desativação do Forte São Joaquim, em 1900.
A disputa pelas terras com a Inglaterra continuam, e só terminam definitivamente
em 1904, com a arbitragem do soberano italiano Vítor Emanuel II, que tirou do
Brasil o trecho do Pirara, incorporado à Guiana Inglesa.
Nesse período chega à região os primeiros migrantes nordestinos que vinham foragidos
da seca, ou atrás da borracha, desencadeando novamente o interesse do Governo
da Província.
Abre-se um caminho na selva entre Manaus e Boa Vista, facilitando o fluxo migratório
de nordestinos e também de missões religiosas que fundam os colégios São José
e Euclides da Cunha, a Igreja Matriz, a Prelazia e o Hospital Nossa Senhora
de Fátima. O desenvolvimento, porém, é lento.
Em 1943, desmembra-se do Amazonas e junta-se os Municípios de Boa Vista e de
Moura numa nova unidade da federação, denominada de Território Federal do Rio
Branco, com o objetivo de receber estímulos do Governo Federal e com isso incrementar
o povoamento e desenvolver a economia.
De 1951 a 1952, inicia-se um grande programa de colonização com a criação das
colônias do Mucajaí (Colônia Fernando Costa), Cantá (Colônia Brás Aguiar) e
Taiano (Colônia Coronel Mota), constituídas principalmente por migrantes maranhenses.
O Território, porém, é mal governado e não alcança o desenvolvimento esperado.
Em 1962, devido a confusões que ocorrem pelo mesmo nome do Território e da Capital
do Território do Acre, seu nome é mudado para Território Federal de Roraima.
No início da década de 1980, começaram os conflitos entre agricultores, garimpeiros
e índios pelo uso da terra. Suas riquezas minerais atraíam cada vez mais pessoas,
principalmente de Rondônia. O Governo Federal, em 1982, resolve criar a Reserva
Ianomâmi, gerando grandes protestos por parte de fazendeiros e garimpeiros.
Depois disso, os ianomâmis tiveram suas terras freqüentemente invadidas pelos
garimpeiros, sofrendo prejuízos irreparáveis, sendo necessária a intervenção
do Governo Federal.
Em 1988, Roraima passa à condição de Estado e com isso, por muitas mudanças
significativas, tanto em sua estrutura administrativa como em sua economia.
Chega a energia elétrica, a saúde, a educação e aumenta a oferta de empregos.
A corrida do ouro prossegue, com altos índices de violência e pouca segurança,
custando a vida de muitos garimpeiros.
Em 1992, os garimpeiros invadem as áreas indígenas de outras tribos, pois só
as ianomâmis são demarcadas. Roraima perde o controle sobre a maior parte de
seu território. O Ibama proíbe a exploração econômica de 84% das terras do Estado.
A economia do Estado depende da cassiterita, mas as melhores jazidas ficam na
reserva dos Ianomâmis e dos índios Macuxis, mantendo acesa a disputa pelo uso
da terra.
Em 1998, a estiagem aliada a queimadas feitas por pequenos agricultores causou
um dos maiores incêndios já ocorridos na história do Brasil. Foram 2 meses de
fogo que destruíram pelo menos 30% da floresta e lavrado roraimenses. Os focos
de incêndio se concentraram na Região Norte, atingindo as Colônias de Apiaú,
Boqueirão e as Confianças.
Seu longo período ocasionou distúrbios respiratórios e infecções oculares na
população, além da falta de alimentos em algumas comunidades indígenas, provocando
desnutrição e piorando as condições de saúde da população.
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